O REAL SIGNIFICADO DA FOTOGRAFIA

O QUE TEMOS EM COMUM?

A falta de auto estima, confiança, frustração e insatisfação com o nosso corpo  e  com a nossa situação de vida é uma sensação que afeta todos os seres humanos, mesmo que por um pequeno instante da vida. É uma missão difícil colocar-se fora do padrão estético e econômico  da nossa época. A todo momento vemos fotos perfeitas, de pessoas perfeitas, tendo vidas perfeitas que nunca parecem ter passado por nenhuma dificuldade em suas vidas, mas vou te contar um segredo, todo mundo tem a sua cruz, mas dores e fracassos não dão likes.

Aí que entra a história sobre o dia dessas fotos e o efeito dela em minha vida. Posso parecer na maioria do tempo lúcido, convicto e confiante em tudo que eu faço, mas também tenho meus medos, em diversos momentos sou extremamente tímido e de algum tempo para cá a minha autoestima não é das melhores. Mas tudo muda após um dia como esse.

O NOSSO ROLÊ

Sobre esse dia, já haviam se passado diversos meses desde que conversei com o Pedro a respeito desse photoshoot. Em um sábado de quarentena marcamos de ir fazer as fotos, na cidade próxima a nossa que se chama Mateus Leme, convidei meu irmão e bora bater perna. A ideia era fazer fotos, atualizar nossos retratos e voltar para casa, um dia comum. Usaríamos duas ou três locações diferentes e todo mundo ficaria feliz com suas novas fotos, mas fomos além.

A primeira versão desse paragrafo era a história de como tudo aconteceu no dia, mas percebi que essa história não é sobre narrar os fatos, mas sim interpretá-los. Durante todo esse dia, eu vivi tudo aquilo que acredito e que me mantem de pé, ter boas relações, viver dias simples e legais com pessoas que eu amo. Nós rimos, cantamos, descobrimos um novo lugar juntos, andamos pra porra, ficamos cansados, bebemos água, paramos para ver o por do sol e admirar a beleza do lugar. Percebemos o quanto a vida é simples e complexa ao mesmo tempo, percebemos o quanto somos pequenos ao olhar as montanhas da minha Minas Gerais.

Quando retornamos, estávamos exaustos, tínhamos deixado uma parte de nós lá em baixo na cachoeira, tínhamos deixado energias ruins, alguns medos e pensamentos negativos, estávamos renovados, munidos de uma nova áurea e forma de ver a vida. Quando fomos nos despedir, não tinha muito o que falar, só agradecer por mais uma experiência linda, além da ansiedade pela próxima jornada.

O RESULTADO!

Ao ver as fotos no meu computador com mais calma, a minha primeira reação ao me ver foi: PORRA QUE HOMÃO DO KARAI, BONITO PRA PORRA, ME PEGO TODA HORA, NUUUUUUU. E quando mandei pro meu irmão e para o Pedro as fotos tratadas eles tiveram reações bem semelhantes ao se verem naqueles retratos, uma satisfação enorme com nós mesmos, uma sensação de aceitação com quem eu sou e em como cada um si vê. A baixa auto estima tinha ido embora, e as energias recarregadas.

 Eu não sou fotógrafo por de dinheiro, ou glamour, não faço questão de me exibir para ninguém, eu fotógrafo por amar fazer parte da vida das pessoas, por ajuda-las a se sentirem felizes com memórias incríveis e por me sentir incrível por ter feito algo tão bonito por alguém. É uma missão linda ajudar as pessoas a se verem por outro ângulo, a notar uma beleza que as vezes nunca perceberam antes, a descer até a cachoeira e deixar as energias ruins pra trás ao retornar a superfície. Nesse dia, mais uma vez me lembrei como é estar do outro lado da câmera e qual a sensação de uma experiência como essa pode afetar as nossas vidas tão positivamente.